Examinando uma História Orientada para Soluções: Introdução

Nesta fase, provavelmente você já tenha encontrado a origem de uma história convincente. Como você sabe se é boa?

Como em qualquer história, você terá que examinar a ideia.

Em primeiro lugar, siga as regras do bom jornalismo. Tente encontrar diversas perspectivas distintas ao relatar uma história. Entreviste pessoas que não têm um interesse velado no resultado da intervenção. Pense em onde suas fontes obtêm financiamento. 

O julgamento necessário para identificar uma boa história de soluções é semelhante àquele necessário para identificar uma boa história sobre algum problema: o que aconteceu e como sabemos que isto aconteceu? A diferença está nas consequências que percebemos dos erros. No jornalismo, dizer que algo é um problema e errar é uma irresponsabilidade. Dizer que algo está funcionando e errar é um crime. Chamar um jornalista de "excessivamente crédulo" é uma das piores caracterizações que se pode fazer deste profissional. Como se evita isso? 

 

Não exagere.

 

Não insinua que o problema está resolvido – provavelmente não está. Não anuncie que esta é a melhor solução – não dá para você saber disso. Não preveja que vai durar – isso pode muito bem não ocorrer. Limite-se a relatar as notícias: há algo acontecendo, e aqui está o que as evidências dizem. Como em uma história tradicional, "evidência" não são apenas dados. Também pode ser encontrada em entrevistas, em reportagens em que os jornalistas gastam sola de sapato – todas as maneiras pelas quais eles coletam informações. Nenhuma solução é perfeita. Certifique-se de relatar suas limitações e lutas.

A cautela protege. Você não precisa se preocupar em parecer um ativista se não fizer alegações. Se a solução fracassar alguns meses depois, você não parecerá ingênuo, porque simplesmente cobriu o que estava acontecendo naquele momento.

Essas diretrizes também te dão alguma liberdade também. Você não precisa tentar classificar e comparar soluções para encontrar aquela mais bem-sucedida. Você é livre para escrever sobre soluções que são apenas parcialmente bem-sucedidas – ou até malsucedidas –, desde que seja um fracasso interessante ou importante, e você possa explicar ao leitor por que as está cobrindo (consulte a nossa seção sobre fracassos). Você está apenas procurando uma boa história.

Obtenha a visão oposta.

 

 

 

É muito importante em uma história de soluções incluir céticos informados. Ouvir e incorporar diferentes pontos de vista – em especial quando se trata de um assunto relativamente não comprovado – dará mais peso ao seu jornalismo.

 

 

Use os dados para trabalhar de trás para frente, a partir do resultado, quando possível.

 

Conforme indicado na seção “Porções”, isso proporciona um nível de conforto. Dito isso, lembre-se de que, mesmo com números, pode haver alguns interesses velados na sua coleta e divulgação.

Seja ultracauteloso. As suas fontes provavelmente irão se apressar para falar com você sobre uma história de soluções. Mas você não deve se apressar para acreditar no que eles dizem. Obtenha as evidências que apoiem qualquer alegação de sucesso.

“Tem que haver um problema estabelecido ou um acordo comum de que existe um problema. Analise as respostas. É preciso haver uma maneira de medir a eficácia disso. Se for apenas anedótico, se houver pessoas dizendo: 'Oh, isso é ótimo', isso de fato não será suficiente. Precisamos encontrar alguma forma para medir isso. Se a resposta ou a solução surgiu porque envolveu o emprego de muito dinheiro, provavelmente isso não nos interessa, porque impede que muitos outros lugares sejam capazes de replicá-la ou de experimentá-la. Isso nos remete a a outra coisa que buscamos. A resposta ou solução é escalonável? Poderia ser replicada em outro lugar?"

Janet Horne Henderson portrait
Janet Horne Henderson
The Seattle Times